A indústria que representa os empreiteiros florestais da Nova Zelândia, avisa que a crise que o sector enfrenta, devido ao coronavírus, está a ter um impacto devastador e prevê-se que vá piorar.
Muitas empresas florestais do país já não conseguem laborar devido à interrupção da cadeia de abastecimento da China.
A Associação de Empreiteiros da Indústria Florestal da Nova Zelândia (FICA) avisou que os empreiteiros estam a atingir o ponto de ruptura e numa situação que tende a agravar-se.
O rápido impacto foi sentido no mês passado devido aos efeitos do surto do Covid-19, com o aumento de desempregados e um sério agravamento da crise financeira, como indica o relatório.
A CEO Prue Younger referiu que as pessoas exteriores ao sector desconhecem a gravidade da crise.
“Precisamos que políticos, funcionários do governo e o público exterior ao sector florestal entendam a fase crítica que o sector atravessa para os nossos contratados”, disse Younger.
“Os empreiteiros de extração de madeira e estradas florestais, que empregam a maior parte das pessoas e têm a maior dívida, foram atingidos com extrema gravidade. As empresas de plantações são as menos afectadas até ao momento, mas o seu trabalho será inevitavelmente prejudicado caso os preços baixos da madeira continuem por muito mais tempo”.
Younger disse que a mão-de-obra contratada está mais vulnerável do que em qualquer outra crise de mercado anterior.
“Como consequência do boom de plantações verificado nos anos 90, grande parte das operações de extracção florestal está agora em áreas florestais menores.
Os proprietários com parcelas menores têm uma janela curta para vender e são muito mais sensíveis à queda de preços do que as grandes florestas corporativas”.
Os despedimentos são um resultado direto, disse Younger, com centenas de trabalhadores já demitidos e mais se seguirão.
A crise também afecta o sector dos transportes, com os motoristas a enfrentarem o despedimento, à medida que os volumes extraídos diminuem.
Warwick Wilshier, presidente do Log Transport Safety Council (Conselho de segurança de transporte de rolaria), diz que além de reflectir a desaceleração tal como os empreiteiros florestais, há uma preocupação com os resultados da crise sobre o despedimento de motoristas.
“A falta de motoristas antes da crise do COVID-19 já era complicada e agora são vistos como potêncial mão-de-obra para trabalhar noutras indústrias, como horticultura, fretes e manutenção rodoviária”, disse Wilshier.
Ambos os grupos mencionaram que o Governo e os Proprietários Florestais precisam de fazer mais para assegurar uma mão-de-obra qualificada.
O Ministro do Desenvolvimento Económico Phil Twyford visitou Gisborne na quarta-feira e indicou que havia ajuda disponível.
“Não estamos a pensar em injecções de capital além do que o sistema de Assistência Social já oferece”, disse Twyford.
“A MSD está activa no terreno, fornecendo subsídios para candidaturas a emprego, para quem trabalha com entidades empregadoras e funcionários, de forma a combinar pessoas com empregos”.
Aguardava-se também que o governo revelasse um pacote de medidas destinadas a mitigar o golpe económico.
“Já apoiámos alguns dos serviços regionais de consultoria comercial existentes, porque algumas empresas estão com problemas de fundo de maneio e de cumprimento de obrigações”, disse Ardern ao The AM Show na segunda-feira.
“O IRD já está a implementar o que se pode considerar “clemência” ao lidar com multas fiscais provisórias e assim por diante.
“O Ministro das Finanças reune hoje com os Bancos pois são estes que estão na linha da frente para ajudar as empresas afectadas pelo COVID-19. Queremos garantir de que dispõem de planos de crise adequados e o que estamos a concretizar é a sua implementação efectiva.”
Fonte: Newshub